Hoje, 27 de junho, é uma das festas mais antigas e belas de Nossa Senhora; “Nossa Senhora Mãe do Perpétuo Socorro”. Jesus é o Perpétuo Socorro. E esta festa é celebrada no mesmo dia do grande S. Cirilo de Alexandria (330-442), bispo e doutor da Igreja, que presidiu o importantíssimo Concílio de Éfeso que no ano de 431 proclamou solenemente Nossa Senhora como Mãe de Deus (Theotókos), diante da heresia de Nestório, patriarca de Constantinopla, que negava esta verdade.
A devoção à Nossa Senhora Mãe do Perpétuo Socorro é uma devoção universal, conhecida e venerada em todos os continentes do mundo, talvez a mais ampla e conhecida devoção de Nossa Senhora, especialmente no Oriente. No mundo todo são realizadas as famosas Novenas Perpétuas em honra de Nossa Senhora Mãe do Perpétuo Socorro. Esta novena começou em 11 de julho de 1922 nos EUA.
Em 1866, o Papa Pio IX confiou aos redentoristas a missão de tornar o ícone conhecido no mundo inteiro. O mandato concedido pelo Pontífice é também chamado de Início da Visitação Pública do Ícone e será celebrado em junho de 2016, a partir de uma intensa programação, com o lema Mãe do Perpétuo Socorro, Ícone do Amor.
O Ícone de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro é de origem oriental, grega. Em fins do século XV, um negociante roubou o quadro do altar onde estava, na Ilha de Creta, onde era venerado pelo povo cristão. Escapou milagrosamente de uma tormenta em alto mar, levando o quadro até Roma. Adoeceu mortalmente e procurou um amigo que cuidasse dele. Estando para morrer, revelou o segredo do quadro e pediu ao amigo que o devolvesse a uma igreja. O amigo prometeu realizar o seu desejo mas, por causa da sua esposa, não quis desfazer-se de um tão belo tesouro. O amigo também morreu sem ter cumprido a promessa.
A Santíssima Virgem apareceu a uma menina de seis anos, filha desta família romana, e mandou-lhe dizer à mãe e à avó que o quadro devia ser colocado na Igreja de São Mateus Apóstolo, situada entre as basílicas de Santa Maria Maior e São João Latrão, sob o título de Perpétuo Socorro. O quadro foi colocado na igreja de São Mateus no dia 27 de março de 1499. Aí ele foi venerado durante os 300 anos seguintes. A devoção começou a se divulgar em toda Roma.
A redescoberta e os redentoristas
Em Janeiro de 1855, os Missionários Redentoristas adquiriram “Villa Caserta” em Roma, onde estavam as ruínas da Igreja e do Convento de São Mateus. Sem perceber, eles tinham adquirido o terreno que tinha sido escolhido pela Virgem para seu santuário. Iniciou-se então a construção de uma igreja em honra do Santíssimo Redentor e dedicada a Santo Afonso Maria de Ligório, fundador da Congregação. Em dezembro de 1855, um grupo de jovens começava seu noviciado na nova casa. Um deles era Michele Marchi.
Em 1863 uma pregação do padre jesuíta, Francesco Blosi, intrigou os redentoristas, pois dizia que ali havia sido venerado um ícone de grande devoção de Nossa Senhora. Também o cronista da comunidade encontrou alguns escritos sobre antiguidades romanas que diziam que naquela igreja havia um antigo ícone da Mãe de Deus, que gozava de “grande veneração e fama por seus milagres”. Padre Marchi então recordou que sabia onde estava este quadro, seu antigo conhecido da época de coroinha.
A missão
Com esta informação, o Superior Geral, Padre Nicholas Mauron, apresentou uma carta ao Papa Pio IX, na qual ele pedia à Santa Sé que lhe concedesse o ícone do Perpétuo Socorro, para que voltasse ao seu lugar. O papa concedeu a licença e disse: “Fazei-a conhecida no mundo inteiro!”. Em janeiro de 1866, os redentoristas buscaram o quadro, que passou por um processo de restauração, tendo sido exposto à veneração em 26 de abril de 1866, na Igreja de Santo Afonso, hoje também conhecida como Santuário Internacional de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. A ilha de Creta esteve durante muitos séculos dominada pelos muçulmanos, que destruíram muitos documentos cristãos, por isso nada se descobriu sobre a origem do milagroso ícone, nem mesmo na igreja onde ele era venerado antigamente. É uma pintura em têmpera, sobre uma placa de madeira de lei, de 21 por 17 polegadas, em estilo bizantino, onde se enlaçam a arte e a piedade, a elegância e a simplicidade. Dizem os entendidos que deve ser uma das diversas cópias do retrato da Virgem Santíssima feito por São Lucas e que o pintor era grego, porque são helênicas as letras das inscrições.
Da Igreja de Santo Afonso a devoção se expandiu para todo o mundo, levada pelos missionários redentoristas.