“É preciso resgatar o protagonismo das lutas populares, em defesa de um projeto que parta dos pobres.”
Representantes das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) do Regional Nordeste IV estiveram reunidos desde sexta-feira (14/07), em Teresina, para a XVIII Assembleia Geral Ordinária de CEBs. Participaram mais de 60 missionários e missionárias, entre delegados/as e convidados/as. Éramos religiosas, bispo, padres e militantes do Reino nos preparando para os desafios que envolvem a atual conjuntura e a construção do 14° Intereclesial.
Abrimos o encontro com uma mística que lembrou a caminhada das CEBs, concluída com a renovação do compromisso coletivo com as causas populares.
Os desafios das CEBs frente a atual conjuntura guiaram os debates do segundo dia de encontro. Eduardo Oliveira, professor do Departamento de Economia da Universidade Federal do Piauí (UFPI), falou da sociedade capitalista e sua lógica de funcionamento: “A natureza do capitalismo não muda se não muda sua essência. O capital não deseja somente o lucro; ele anseia por mais lucro, sempre e sempre. Por isso a crise o acompanha. Para pensar em superar a crise não servem as políticas de conciliação de classes. Interesses de trabalhadores e empresários são antagônicos. É preciso resgatar o protagonismo das lutas populares, em defesa de um projeto que parta dos pobres”, completou.
Ainda no mesmo dia, padre Júlio Ferreira, assessor das CEBs, refletiu sobre a trajetória dos “mais de 2000 anos de CEBs”: “Nosso mundo é dividido entre opressores e oprimidos. Não há como servir a dois projetos. Jesus nos ensina que não podemos ficar mornos diante da realidade, e foi assassinado justamente por ter tomado posição. Enquanto CEBs, não podemos esquecer que defender um lado significa necessariamente estar em conflito com o outro”.
Na parte da tarde, Vanda Maria, da Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB), coordenou os debates sobre os desafios do mundo urbano. “Apesar da mídia, da extrema competição, da solidão em multidão que experimentamos nas grandes cidades, há sim presença do Reino lá. O Reino está na prática da solidariedade, nas lutas populares, na entrega desinteressada das missões”, declarou.
A assembleia também teve como objetivo a indicação da nova coordenação regional, neste sentido, foram indicados os nomes da ir. Fátima (Teresina) e de Osvaldina (Picos), além da escolha de dois nomes por diocese para compor a articulação do regional das Cebs.