A pedido do Papa Francisco, a Igreja em todo o mundo celebra neste domingo, 19 de novembro, o Dia Mundial dos Pobres, com o tema: “Não amemos com palavras, mas com obras”. Trata-se de um convite dirigido a todos, independente de sua crença religiosa, para que se abram à partilha com os pobres, como sinal concreto de fraternidade.
A data foi instituída pelo Santo Padre na conclusão do Ano da Misericórdia. No Brasil, a animação e coordenação das atividades foi delegada à Cáritas Brasileira, um dos organismos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por sua experiência na realização Semana da Solidariedade.
Para o presidente da Cáritas Brasileira e bispo de Aracaju (SE), Dom João José Costa, as respostas sobre o que fazer só virão se a Igreja e os cristãos se colocarem de forma próxima aos empobrecidos e sentir a sua dor. “A proximidade faz com que o Espírito Santo desperte em cada um de nós a criatividade para que possamos ter iniciativas concretas para transformar a realidade”, disse.
De acordo com estudo divulgado em fevereiro pelo Banco Mundial, o número de pessoas vivendo na pobreza no Brasil deverá aumentar entre 2,5 milhões e 3,6 milhões até o fim de 2017. Segundo o documento, a atual crise econômica representa uma séria ameaça aos avanços na redução da pobreza e da desigualdade. A pesquisa aponta ainda que o aumento da pobreza vai se dar principalmente em áreas urbanas, e menos em áreas rurais, isso porque nas áreas rurais essas taxas já são mais elevadas.
O presidente da Cáritas Brasileira convida cada um a dar a sua contribuição. “Se vamos mudar o mundo não sei, mas o importante é cada um fazer a sua parte”, disse. O bispo lembrou de madre Tereza de Calcutá que não desanimava quando se tratava de realizar obras em favor dos pobres. A religiosa, canonizada pelo Papa Francisco em 2016, dizia que somos uma gota d’água no oceano, mas que este seria menor sem aquela.
“Que durante esta semana possamos fixar o nosso olhar nesta realidade que desafia todo nosso mundo para que se transforme na casa do Bem Viver, onde todas as pessoas sejam reconhecidas e acolhidas em sua dignidade”, concluiu Dom João José.
Fonte: CNBB