Abertas inscrições para 1ª Eucaristia e Crisma

A partir do dia 4 de março estarão abertas as inscrições para primeira eucaristia e crisma da Paróquia de São José Operário, e segue até o dia 25/03. A idade mínima para eucaristia é de nove anos e crisma 15.

As inscrições podem ser feitas no Centro de Formação São José Operário, na Rua  24 de Janeiro com Rua Ceará, de 9h ao meio dia. E nas capelas das comunidades do Bom Jesus, Acarape, Matinha e Conjunto dos Moradores.

Ao mesmo tempo em que se inicia as inscrições, abre-se também o período de formação para novos catequistas. A coordenação em breve definirá o início das turmas.

Mais informações: 2106-0880

Formação da CF 2018 reúne membros de pastorais, grupos e movimentos

A paróquia de São José Operário realizou na manhã deste domingo(25), a formação sobre a Campanha da Fraternidade 2018.  Este ano a campanha traz como tema a: Fraternidade e a superação da violência, e lema: vos sois todos irmãos.

Neste contexto a CF-2018 quer estimular ações concretas sobre os vários tipos de violência que nos são cometida (Nossos irmãos e irmãs).  Estimular compromissos que nos levem a superação da violência.

A CF tem como metodologia o VER, JULG AR E AGIR.  No primeiro aspecto está relacionado a ver a realidade da violência, tendo um olhar crítico e concreto sobre a vida. No JULGAR ligamos sobre a iluminação bíblica, e o AGIR, que tem como fundamento o Evangelho.

 

A formação foi conduzida pelo coordenador da Pastoral Familiar Francisco Castelo.

 

Violência é tema central da Campanha da Fraternidade de 2018

A Igreja do Brasil entende que se faz urgente discutir, neste momento, a esse tema, pois, apesar de possuir menos de 3% da população mundial, nosso país responde por quase 13% dos assassinatos do planeta. Em 2014, foram 59.627 mortes. “A motivação para a escolha do tema da CF deste ano são os altos números da violência do Brasil, que tem índices maiores do que muitos países que estão em guerra atualmente. Isso é um dado preocupante. Como Igreja, não podemos deixar de oferecer uma resposta. Queremos nos empenhar para uma sociedade reconciliada, fraterna e de paz e fraterna. Somos chamados a sermos agentes que lutam e dão a vida para que nossa sociedade seja pacífica. Juntos nós queremos superar a violência”, disse padre Luís Fernando da Silva, secretário executivo das campanhas da CNBB.

A Campanha objetiva sensibilizar aos cristãos e não cristãos apara semearem a “paz, que é fruto da justiça” aos homens, e mulheres e a todas as demais formas de vida que habitam o planeta.

O homem, ao exercitar e buscar o lucro, além de coisificar a vida humana e ampliar o abismo da desigualdade socioeconômica, onde em que ricos e pobres são ‘organizados’ em classes sociais, ele violenta toda criação de Deus, em cuja obra está toda obra do criador e nela a espécie humana, criada à sua imagem e semelhança. Essa arbitrariedade e desejo de dominação, que foi se tornando inerente à espécie humana, tem produzido violência física, psicológica e social em todas as classes sociais, contudo, a qual sua percepção e efeito recaem anos mais empobrecidos, que estão epermanecem ameaçados, pelo poder e controle dos mais ‘fortes’, que acreditam ter poder e dominação sobre os mais fracos, que sofrem às múltiplas formas de violência”, afirma Antônio Evangelista, membro da equipe nacional de campanhas da CNBB.

Para a CNBB, a Campanha da Fraternidade é o momento ideal onde em que Igreja e sociedade se propõem a dialogar, a fazer uma reflexão sobre a violência no Brasil. “Igreja e sociedade têm que se unirem, estabelecerem diálogo para, por meio deste, superar a violência. Mas como fazer para superá-la? Superamos cada vez que descobrimos que podemos contar uns com os outros, e também quando nos descobrimos irmãos e irmãs e lutamos por uma sociedade mais fraterna”, enfatiza padre Luís Fernando.

Os trabalhos da Campanha da Fraternidade serão baseados no em seu texto-base, que já está à disposição em todas as dioceses e paróquias brasileiras.

Coleta

Uma data importante durante a Campanha da Fraternidade é o dia da Coleta Nacional da Solidariedade, que será realizado no dia 25 de março (Domingo de Ramos). A Coleta trata-se de um gesto concreto, em que todas as cujas doações financeiras realizadas pelos fiéis neste dia, durante as missas, serão encaminhadas para parte do Fundo Nacional e Diocesano de Solidariedade.

 

Programação da Quarta-feira de Cinza

Estamos iniciando este grande Tempo , que consideramos tempo de retiro. Tempo de oportunidade de olhar pra si, para nossas relações com as outras pessoas, tempo também para olhar nossa relação com o mundo em que estamos inseridos. E diante de tudo isso, a relação com nosso Deus.

A intenção desse sacramental é levar-nos ao arrependimento dos pecados, marcando o início da Quaresma, é fazer-nos lembrar de que não podemos nos apegar a esta vida, achando que a felicidade plena possa ser construída aqui. É uma ilusão perigosa. A morada definitiva é o céu.

As cinzas bentas e colocadas sobre as nossas cabeças nos fazem lembrar que vamos morrer, que somos pó e ao pó da terra voltaremos (cf. Gn 3, 19), para que nosso corpo seja refeito por Deus de maneira gloriosa, para não mais perecer.

Abaixo segue a programação em nossa paróquia.

Conselho Paroquial realiza primeira reunião do ano

Na noite de ontem(01), a Paróquia de São José Operário realizou a primeira reunião do ano com os representantes das pastorais, grupos, movimentos e comunidades.  O encontro aconteceu no Centro de Formação São José Operário, e foi coordenado pelo pároco pe. Carlos Alberto.

“No primeiro encontro queremos ajustar alguns pontos que foram acordados na última assemblai paroquial.  Entre eles destacamos o catecumenato, o dízimo, como forma de fortalecer os trabalhos estruturas e outros”, disse.

Foi destacado também o ano do Laicato, e a realização de um dia “D” para a o serviço da missão, a continuidade do ciclo de palestras sobre saúde mental, com data para o dia 24 de março, a reforma das capelas, entre outros assuntos.

No que diz respeito a missão, ficou programado a realização de atividades missionárias, formações e estudos no segundo sábado de cada mês. O coordenador dos trabalhos missionários, pe. Júlio Ferreira, explicou que embora os grupos vivenciem dentro de suas realidades a missão, o momento será voltado para um trabalho comum. “A proposta é fazermos um trabalho em comunidade”, ressaltou.

A paróquia assumiu também o compromisso de promover um trabalho de missão em regiões extremas de Teresina. Para tanto, nos dias 17 e 18 de março este momento será promovido no bairro Teresina Sul.

Na ocasião, houve a apresentação do novo promotor vocacional, pe. Júlio Maia, que assumirá os trabalhos destinados ao despertar das vocações a nível de vice província.

NÃO SE DEIXAR MANIPULAR PELO MAL Dom Reginaldo Andrietta, Bispo Diocesano de Jales

Vivemos, hoje, na sociedade da informação liberal. A mídia é um “quarto poder”. Ela influencia a convivência social, a opinião pública, a vida política e o próprio exercício dos poderes executivo, legislativo e judiciário, de maneira muitas vezes perniciosa. No Brasil, os meios de comunicação são pouco controlados socialmente. Eles exigem liberdade, mas se eximem de responsabilidade, causando impactos sociais muitas vezes nefastos. As “redes sociais” fazem parte de uma lógica ainda mais liberal. Na internet, tudo parece possível e válido. Ofensas à honra de pessoas e entidades, por exemplo, se tornaram muito comuns. Quantas pessoas compartilham textos, imagens e vídeos odiosos e ofensivos sem se darem conta de que estão cometendo crimes.
Segundo o Código Penal Brasileiro, ofensas à honra são definidas como crimes pelos artigos 138, 139 e 140, do seguinte modo: “caluniar alguém, imputando-lhe falsamente, fato definido como crime”, “na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga”; “difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação”; e “injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro”. A justiça neste país, embora esteja tão desacreditada, pode exercer um papel importante, se lhe for exigida intervenção nesses casos. Jamais podemos acreditar na neutralidade do judiciário. No entanto, ele deve ser sempre acionado ao se tratar da defesa da dignidade e da honra, especialmente dos socialmente frágeis.
O Evangelho de Lucas 18,1-8 mostra uma belíssima parábola de Jesus a respeito da justiça a ser reivindicada sobretudo pelos mais pobres e indefesos. Nessa parábola, Jesus fala de um juiz que não temia a Deus e nem respeitava os homens, e de uma viúva que lhe implorava por justiça. Essa mulher tinha uma causa justa contra uma pessoa e clamou persistentemente ao juiz para que julgasse o seu processo. O “homem da lei” que desprezava totalmente essa viúva, terminou por fazer-lhe justiça, em razão da insistência dela e do incômodo que ela estava lhe causando.
A justiça humana, sujeita necessariamente ao controle social representado pela viúva, foi utilizada por Jesus como exemplo para mostrar o valor da justiça divina. Esta é muitíssimo mais importante por ser infalível. Se assim se comportou esse juiz iníquo, diz Jesus: “Deus não faria justiça aos seus escolhidos, que dia e noite gritam por ele? Será que vai fazê-los esperar? Eu lhes digo que Deus lhes fará justiça e bem depressa.” Jesus, no entanto, conclui a parábola questionando: “O Filho do Homem (ou seja, ele próprio, o Filho de Deus que se faz humano), quando vier encontrará fé sobre a terra?” Nossa fé, então, conta.
Por isso, necessitamos, realmente, acreditar na justiça divina e inspirarmo-nos nela para fazer da justiça humana um instrumento a favor de uma convivência social saudável, isenta da maldade que, por exemplo, circula nos meios de comunicação e nas redes sociais, manipulando fatos e consciências, espalhando ódio e desonrando pessoas e entidades que promovem o bem comunitário e social. Vale a pena, então, recordarmos a advertência feita por Jesus: “Cuidado com os falsos profetas; eles vêm a vocês vestidos com peles de ovelhas, mas por dentro são lobos ferozes” (Mt 7,15). Portanto, não sejamos ingênuos! Não nos deixemos manipular pelo mal que muitas vezes se disfarça de “santa moralidade”!

Papa alerta sobre o mal que provocam as notícias falsas

As consequências da difusão das chamadas ‘fake news’, as notícias falsas, com objetivos econômicos ou políticos, que levam ao ódio e ao conflito, foi tema de uma Mensagem do Papa Francisco dirigida aos comunicadores de todo o mundo. O alerta está na Mensagem para o 52º Dia Mundial das Comunicações Sociais, que será comemorado em 13 de maio.

“O drama da desinformação é o descrédito do outro, a sua representação como inimigo, chegando-se a uma demonização que pode fomentar conflitos. Deste modo, as notícias falsas revelam a presença de atitudes simultaneamente intolerantes e hipersensíveis, cujo único resultado é o risco de se aumentar a arrogância e o ódio”, escreve.

Com o tema “A verdade vos tornará livres (Jo 8,32). Fake News e jornalismo de paz”, o texto foi divulgado hoje (24), na festa litúrgica de São Francisco de Sales que é padroeiro dos jornalistas.

“Hoje, no contexto de uma comunicação cada vez mais rápida e dentro de um sistema digital, assistimos ao fenômeno das notícias falsas, as chamadas fake news: isto convida-nos a refletir, sugerindo-me dedicar esta Mensagem ao tema da verdade”, explica o Papa.

Francisco convida a prevenir a difusão destas notícias falsas e a “redescobrir o valor da profissão jornalística”, sublinhando a responsabilidade pessoal de cada um na “comunicação da verdade”.

“As fake news tornam-se frequentemente virais, ou seja, propagam-se com grande rapidez e de forma dificilmente controlável, não tanto pela lógica de partilha que caracteriza os meios de comunicação social como sobretudo pelo fascínio que detêm sobre a avidez insaciável que facilmente se acende no ser humano”, acrescenta.

Francisco aponta que as “motivações econômicas e oportunistas da desinformação têm a sua raiz na sede de poder, ter e gozar” e contra esse “embuste do mal” é preciso “educar para verdade”.

:: Audiência Geral: Papa recorda viagem ao Chile e Peru

O Papa apresenta como “antídoto” contra o vírus da falsidade “deixar-se purificar pela verdade” e o único sobre a qual podemos nos apoiar para não cair é o verdadeiro Deus vivo.

“Eis a afirmação de Jesus: ‘Eu sou a verdade’ (Jo 14, 6). Sendo assim, o homem descobre sempre mais a verdade, quando a experimenta em si mesmo como fidelidade e fiabilidade de quem o ama. Só isto liberta o homem: ‘A verdade vos tornará livres’ (Jo 8, 32)”.

Fonte: Agência Ecclesia e Vatican Media.

Papa publica mensagem para 51º Dia Mundial da Paz

O Vaticano divulgou a mensagem do Papa Francisco para o 51º Dia Mundial da Paz, celebrado em 1º de janeiro de 2018. No texto, Francisco chama a atenção para a situação dos mais de 250 milhões de migrantes no mundo, dos quais 22 milhões e meio são refugiados.

No documento, Francisco recorda mais uma vez que os governantes têm uma responsabilidade precisa para com as próprias comunidades, devendo assegurar os seus justos direitos e desenvolvimento harmônico, para não serem como o construtor insensato que fez mal os cálculos e não conseguiu completar a torre que começara a construir.

Todavia, acrescenta, as pessoas migram também por outras razões, sendo a primeira delas o desejo de uma vida melhor, unido muitas vezes ao intento de deixar para trás o “desespero” de um futuro impossível de construir. As pessoas partem para se juntar à própria família, para encontrar oportunidades de trabalho ou de instrução: quem não pode gozar destes direitos, não vive em paz. Além disso, como sublinhei na Encíclica Laudato si’, é trágico o aumento de migrantes em fuga da miséria agravada pela degradação ambiental.

Neste percurso migratório, o Papa afirma ainda que a maioria das pessoas migra seguindo um percurso legal, mas há quem tome outros caminhos, sobretudo por causa do desespero, quando a pátria não lhes oferece segurança nem oportunidades, e todas as vias legais parecem impraticáveis, bloqueadas ou demasiado lentas.

 

 

 

Confira a mensagem abaixo:

 

 

1. Votos de paz

Paz a todas as pessoas e a todas as nações da terra! A paz, que os anjos anunciam aos pastores na noite de Natal, é uma aspiração profunda de todas as pessoas e de todos os povos, sobretudo de quantos padecem mais duramente pela sua falta. Dentre estes, que trago presente nos meus pensamentos e na minha oração, quero recordar de novo os mais de 250 milhões de migrantes no mundo, dos quais 22 milhões e meio são refugiados. Estes últimos, como afirmou o meu amado predecessor Bento XVI, «são homens e mulheres, crianças, jovens e idosos que procuram um lugar onde viver em paz». E, para o encontrar, muitos deles estão prontos a arriscar a vida numa viagem que se revela, em grande parte dos casos, longa e perigosa, a sujeitar-se a fadigas e sofrimentos, a enfrentar arames farpados e muros erguidos para os manter longe da meta.

Com espírito de misericórdia, abraçamos todos aqueles que fogem da guerra e da fome ou se veem constrangidos a deixar a própria terra por causa de discriminações, perseguições, pobreza e degradação ambiental.

Estamos cientes de que não basta abrir os nossos corações ao sofrimento dos outros. Há muito que fazer antes de os nossos irmãos e irmãs poderem voltar a viver em paz numa casa segura. Acolher o outro requer um compromisso concreto, uma corrente de apoios e beneficência, uma atenção vigilante e abrangente, a gestão responsável de novas situações complexas que às vezes se vêm juntar a outros problemas já existentes em grande número, bem como recursos que são sempre limitados. Praticando a virtude da prudência, os governantes saberão acolher, promover, proteger e integrar, estabelecendo medidas práticas, «nos limites consentidos pelo bem da própria comunidade retamente entendido, [para] lhes favorecer a integração». Os governantes têm uma responsabilidade precisa para com as próprias comunidades, devendo assegurar os seus justos direitos e desenvolvimento harmónico, para não serem como o construtor insensato que fez mal os cálculos e não conseguiu completar a torre que começara a construir.

2. Porque há tantos refugiados e migrantes?

Na mensagem para idêntica ocorrência no Grande Jubileu pelos 2000 anos do anúncio de paz dos anjos em Belém, São João Paulo II incluiu o número crescente de refugiados entre os efeitos de «uma sequência infinda e horrenda de guerras, conflitos, genocídios, “limpezas étnicas”» que caraterizaram o século XX. E até agora, infelizmente, o novo século não registou uma verdadeira viragem: os conflitos armados e as outras formas de violência organizada continuam a provocar deslocações de populações no interior das fronteiras nacionais e para além delas.

Todavia as pessoas migram também por outras razões, sendo a primeira delas «o desejo de uma vida melhor, unido muitas vezes ao intento de deixar para trás o “desespero” de um futuro impossível de construir». As pessoas partem para se juntar à própria família, para encontrar oportunidades de trabalho ou de instrução: quem não pode gozar destes direitos, não vive em paz. Além disso, como sublinhei na Encíclica Laudato si’, «é trágico o aumento de migrantes em fuga da miséria agravada pela degradação ambiental».

A maioria migra seguindo um percurso legal, mas há quem tome outros caminhos, sobretudo por causa do desespero, quando a pátria não lhes oferece segurança nem oportunidades, e todas as vias legais parecem impraticáveis, bloqueadas ou demasiado lentas.

Em muitos países de destino, generalizou-se largamente uma retórica que enfatiza os riscos para a segurança nacional ou o peso do acolhimento dos recém-chegados, desprezando assim a dignidade humana que se deve reconhecer a todos, enquanto filhos e filhas de Deus. Quem fomenta o medo contra os migrantes, talvez com fins políticos, em vez de construir a paz, semeia violência, discriminação racial e xenofobia, que são fonte de grande preocupação para quantos têm a peito a tutela de todos os seres humanos.

Todos os elementos à disposição da comunidade internacional indicam que as migrações globais continuarão a marcar o nosso futuro. Alguns consideram-nas uma ameaça. Eu, pelo contrário, convido-vos a vê-las com um olhar repleto de confiança, como oportunidade para construir um futuro de paz.

3. Com olhar contemplativo

A sabedoria da fé nutre este olhar, capaz de intuir que todos pertencemos «a uma só família, migrantes e populações locais que os recebem, e todos têm o mesmo direito de usufruir dos bens da terra, cujo destino é universal, como ensina a doutrina social da Igreja. Aqui encontram fundamento a solidariedade e a partilha». Estas palavras propõem-nos a imagem da nova Jerusalém. O livro do profeta Isaías (cap. 60) e, em seguida, o Apocalipse (cap. 21) descrevem-na como uma cidade com as portas sempre abertas, para deixar entrar gente de todas as nações, que a admira e enche de riquezas. A paz é o soberano que a guia, e a justiça o princípio que governa a convivência dentro dela.

Precisamos de lançar, também sobre a cidade onde vivemos, este olhar contemplativo, «isto é, um olhar de fé que descubra Deus que habita nas suas casas, nas suas ruas, nas suas praças (…), promovendo a solidariedade, a fraternidade, o desejo de bem, de verdade, de justiça», por outras palavras, realizando a promessa da paz.

Detendo-se sobre os migrantes e os refugiados, este olhar saberá descobrir que eles não chegam de mãos vazias: trazem uma bagagem feita de coragem, capacidades, energias e aspirações, para além dos tesouros das suas culturas nativas, e deste modo enriquecem a vida das nações que os acolhem. Saberá vislumbrar também a criatividade, a tenacidade e o espírito de sacrifício de inúmeras pessoas, famílias e comunidades que, em todas as partes do mundo, abrem a porta e o coração a migrantes e refugiados, inclusive onde não abundam os recursos.

Este olhar contemplativo saberá, enfim, guiar o discernimento dos responsáveis governamentais, de modo a impelir as políticas de acolhimento até ao máximo dos «limites consentidos pelo bem da própria comunidade retamente entendido», isto é, tomando em consideração as exigências de todos os membros da única família humana e o bem de cada um deles.

Quem estiver animado por este olhar será capaz de reconhecer os rebentos de paz que já estão a despontar e cuidará do seu crescimento. Transformará assim em canteiros de paz as nossas cidades, frequentemente divididas e polarizadas por conflitos que se referem precisamente à presença de migrantes e refugiados.

4. Quatro pedras miliárias para a ação

Oferecer a requerentes de asilo, refugiados, migrantes e vítimas de tráfico humano uma possibilidade de encontrar aquela paz que andam à procura, exige uma estratégia que combine quatro ações: acolher, proteger, promover e integrar.

«Acolher» faz apelo à exigência de ampliar as possibilidades de entrada legal, de não repelir refugiados e migrantes para lugares onde os aguardam perseguições e violências, e de equilibrar a preocupação pela segurança nacional com a tutela dos direitos humanos fundamentais. Recorda-nos a Sagrada Escritura: «Não vos esqueçais da hospitalidade, pois, graças a ela, alguns, sem o saberem, hospedaram anjos».

«Proteger» lembra o dever de reconhecer e tutelar a dignidade inviolável daqueles que fogem dum perigo real em busca de asilo e segurança, de impedir a sua exploração. Penso de modo particular nas mulheres e nas crianças que se encontram em situações onde estão mais expostas aos riscos e aos abusos que chegam até ao ponto de as tornar escravas. Deus não discrimina: «O Senhor protege os que vivem em terra estranha e ampara o órfão e a viúva».

«Promover» alude ao apoio para o desenvolvimento humano integral de migrantes e refugiados. Dentre os numerosos instrumentos que podem ajudar nesta tarefa, desejo sublinhar a importância de assegurar às crianças e aos jovens o acesso a todos os níveis de instrução: deste modo poderão não só cultivar e fazer frutificar as suas capacidades, mas estarão em melhores condições também para ir ao encontro dos outros, cultivando um espírito de diálogo e não de fechamento ou de conflito. A Bíblia ensina que Deus «ama o estrangeiro e dá-lhe pão e vestuário»; daí a exortação: «Amarás o estrangeiro, porque foste estrangeiro na terra do Egito».

Por fim, «integrar» significa permitir que refugiados e migrantes participem plenamente na vida da sociedade que os acolhe, numa dinâmica de mútuo enriquecimento e fecunda colaboração na promoção do desenvolvimento humano integral das comunidades locais. «Portanto – como escreve São Paulo – já não sois estrangeiros nem imigrantes, mas sois concidadãos dos santos e membros da casa de Deus».


Pomba da paz

5. Uma proposta para dois Pactos internacionais

Almejo do fundo do coração que seja este espírito a animar o processo que, no decurso de 2018, levará à definição e aprovação por parte das Nações Unidas de dois pactos globais: um para migrações seguras, ordenadas e regulares, outro referido aos refugiados. Enquanto acordos partilhados a nível global, estes pactos representarão um quadro de referência para propostas políticas e medidas práticas. Por isso, é importante que sejam inspirados por sentimentos de compaixão, clarividência e coragem, de modo a aproveitar todas as ocasiões para fazer avançar a construção da paz: só assim o necessário realismo da política internacional não se tornará uma capitulação ao cinismo e à globalização da indiferença.

De facto, o diálogo e a coordenação constituem uma necessidade e um dever próprio da comunidade internacional. Mais além das fronteiras nacionais, é possível também que países menos ricos possam acolher um número maior de refugiados ou acolhê-los melhor, se a cooperação internacional lhes disponibilizar os fundos necessários.

A Seção Migrantes e Refugiados do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral sugeriu 20 pontos de ação como pistas concretas para a implementação dos supramencionados quatro verbos nas políticas públicas e também na conduta e ação das comunidades cristãs. Estas e outras contribuições pretendem expressar o interesse da Igreja Católica pelo processo que levará à adoção dos referidos pactos globais das Nações Unidas. Um tal interesse confirma uma vez mais a solicitude pastoral que nasceu com a Igreja e tem continuado em muitas das suas obras até aos nossos dias.

6. Em prol da nossa casa comum

Inspiram-nos as palavras de São João Paulo II: «Se o “sonho” de um mundo em paz é partilhado por tantas pessoas, se se valoriza o contributo dos migrantes e dos refugiados, a humanidade pode tornar-se sempre mais família de todos e a nossa terra uma real “casa comum”». Ao longo da história, muitos acreditaram neste «sonho» e as suas realizações testemunham que não se trata duma utopia irrealizável.

Entre eles conta-se Santa Francisca Xavier Cabrini, cujo centenário do nascimento para o Céu ocorre em 2017. Hoje, dia 13 de novembro, muitas comunidades eclesiais celebram a sua memória. Esta pequena grande mulher, que consagrou a sua vida ao serviço dos migrantes tornando-se depois a sua Padroeira celeste, ensinou-nos como podemos acolher, proteger, promover e integrar estes nossos irmãos e irmãs. Pela sua intercessão, que o Senhor nos conceda a todos fazer a experiência de que «o fruto da justiça é semeado em paz por aqueles que praticam a paz».

Vaticano, 13 de novembro – Memória de Santa Francisca Xavier Cabrini, Padroeira dos migrantes – de 2017.