Julho é o mês de animação para o Dízimo na Arquidiocese de Teresina

No mês de julho, a Arquidiocese de Teresina trabalha de forma mais ampla em suas paróquias e comunidades a temática da oferta e gratidão a Deus através da “animação para o Dízimo”. Com o tema “Dízimo: Nossa expressão de cuidado com os pobres” (Doc 106, n° 32) e com o lema “Entre eles ninguém passava necessidades” (At 4, 34a), a equipe Arquidiocesana do Dízimo produz cartilhas, folders e cartazes para divulgar e orientar a comunidade para as diversas atividades realizadas durante todo este mês.

O objetivo principal dessa ação é aprofundar o conhecimento católico sobre a importância do dízimo e da partilha, para que a partir daí possa ser feito um melhor trabalho de evangelização nas famílias com a realização de encontros, conforme externa a coordenadora da Pastoral do Dízimo, Cleonice Conceição.

“Esse mês dedicado ao dízimo e a realização destes encontros dentro de nossas comunidades são de extrema importância para que as pessoas entendam o real significado dessa ação em nossa vida. Muitos ainda relacionam o dízimo apenas ao dinheiro, e o nosso desejo é transformar esse pensamento mostrando que ele vai muito além disso, sendo um ato de fé, de gratidão e amor a Deus”, destaca.

Todos os anos é elaborado um subsídio para que as pessoas possam desenvolver essas atividades de evangelização do dízimo. Na cartilha, que este ano trabalha em sintonia com o tema da Campanha da Fraternidade 2023, consta todo o conteúdo elaborado pela Arquidiocese do que pode ser realizado dentro das paróquias ao longo do mês. 

Segundo a coordenadora, o tema remete ao cuidado com os pobres em relação à fome, que tem sido um fator que atinge uma parcela significativa da população, mas não só a fome material, onde também há um cuidado de oferecer alimento espiritual através da evangelização.

Ela finaliza convidando todos os fiéis das comunidades, paróquias, áreas pastorais e diaconias a realizarem esta experiência de fé. “Nós vamos desenvolver cinco encontros durante esse período e acredito que esse momento vai realmente tocar os corações dos cristãos para realizar este gesto concreto de amor e solidariedade”, finaliza. 

Em tuas Mãos 

A entrevista completa com a Cleonice Conceição você confere no Programa Em Tuas Mãos deste domingo (03/07), a partir das 8h, na TV Meio Norte. E, a partir das 9h, confira o programa na íntegra no canal do YouTube da Arquidiocese de Teresina.

Fonte:arquidiocese-de-teresina/

PRESIDENTE DA CNBB EM MENSAGEM DO FIM DE ANO: “QUE DEUS TOQUE NOSSO CORAÇÃO PARA FAZERMOS NOVAS TODAS AS COISAS”

O arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor Oliveira de Azevedo, divulgou na manhã desta sexta-feira, 30 de dezembro, uma mensagem da entidade por ocasião da celebração do fim do ano e do Dia Mundial da Paz, 1º de janeiro.

Em sua mensagem, dom Walmor, em referência ao livro do Apocalipse, falou da necessidade de fazermos  novas todas as coisas. O presidente da CNBB agradece ao ano que termina e roga a todos que consigam, em 2023, ouvindo a voz que vem Deus, superar as dificuldades e desafios e fazer novas todas as coisas.

ORGANISMOS DA IGREJA NO BRASIL PROMOVEM DE 12 A 19 DE JUNHO A 37ª SEMANA DO MIGRANTE COM O TEMA “MIGRAÇÃO E SABERES”

Esta semana, de 12 a 19, acontece a 37ª Semana do Migrante promovida pelo Serviço Pastoral dos Migrantes (SPM) e por um conjunto de organizações brasileiras. O tema deste ano é: “Migração e Saberes” e o lema: “Escuta com sabedoria e fala com a prática”.

O bispo da diocese de Pesqueira (PE) e presidente do SPM, dom José Luiz Ferreira Salles, destacou que o tema e o lema da Semana do Migrante estão em sintonia com a Campanha da Fraternidade deste ano, cujo tema foi “Fraternidade e Educação” e o lema: “Fala com sabedoria, ensina com amor” e com o processo sinodal e com o magistério do Papa Francisco que vem reafirmando a importância da escuta como um método pastoral.

De acordo com ele, o Santo Padre apresenta e traz para o centro do debate a causa migratória, que, neste  momento, com a pandemia, se torna cada vez mais aguda. “Nos 20 pontos para um pacto global sobre migração e refúgio, o Papa Francisco nas suas propostas acerca dos 20 pontos para uma migração segura e integral, nos provoca a buscar uma aprendizagem que leve a construção coletiva de uma sociedade que seja cada vez mais inclusiva”, enalteceu.

Missa com migrantes venezuelanos e haitianos

 

Na Arquidiocese de Manaus, a abertura da 37ª Semana do Migrante foi realizada com uma missa na catedral Nossa Senhora da Imaculada Conceição (foto acima), celebrada em espanhol e creola, com uma destacada presença de migrantes de diferentes países, sobretudo venezuelanos e haitianos, dois dos grupos mais numerosos entre os migrantes que moram na capital do Amazonas.

A celebração, onde os migrantes participaram dos diferentes momentos da liturgia, nos cantos, nas leituras, no ofertório, foi coordenada pela Pastoral do Migrante da Arquidiocese de Manaus e presidida pelo padre Júlio Caldeira, imc. Na homilia, ele refletiu sobre a realidade da vida dos migrantes, tanto aqueles que migram dentro do próprio país como para outros países.

Conheça os subsídios da 37ª Semana do Migrante

 

Texto-Base

A organização da 37ª Semana do Migrante disponibilizou um texto-base, subsídio com oito páginas, com aprofundamento sobre a escuta como caminho para a ação pastoral libertadora, ecoando que a sabedoria emerge da escuta e que o poder de fala só é legítimo quando acompanhado da prática.

“Os migrantes seguem em frente, em seu vai e vem de esperança, participantes invisibilizados no massacrante cotidiano que os exclui de uma vida de direitos. É o desafio de ser expectador e protagonista do processo  histórico em construção. Suas histórias de vida, seus sonhos e suas lutas nos ajudam a perceber que o fenômeno migratório resulta, também, da exclusão social, da falta de perspectivas, da miséria de muitos provocada pela acumulação e pela riqueza de poucos”, defende um trecho do texto.

ENTIDADES QUE ESTIVERAM À FRENTE DA ORGANIZAÇÃO DA V JORNADA MUNDIAL DOS POBRES NO BRASIL DIVULGAM MANIFESTO

 

As organizações e entidades que estiveram à frente da realização, no Brasil, desde o dia 14 de setembro, dasações em torno da V Jornada Mundial dos Pobres, convocada pelo Papa Francisco, divulgam neste sábado, 13 de novembro, um  manifesto no qual denunciam aspectos da realidade brasileira que agravam a situação em que vivem os empobrecidos e empobrecidas.

O manifesto foi produzido Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Sociotransformadora e Setor de Mobilidade Humana da CNBB em parceria com Pastorais Sociais e organismos da Igreja: Semana Social Brasileira, Cáritas Brasileira, Pastoral Carcerária, Pastoral dos Povos de Rua, Pastoral Operária, Pastoral da Mulher Marginalizada, Serviço Pastoral dos Migrantes, Conferência dos Religiosos do Brasil, Conselho Nacional do Laicato do Brasil, Pascom Brasil, Conselho Pastoral dos Pescadores e Signis Brasil.

 

Manifesto por ocasião da V Jornada Mundial dos Pobres

Nós, da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Sociotransformadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), das Pastorais Sociais e dos Organismos da Igreja no Brasil, em atenção ao chamado do papa Francisco para a celebração do V Dia Mundial dos Pobres, vimos realizando, desde o dia 14 de setembro, a V Jornada Mundial dos Pobres, razão pela qual apresentamos este Manifesto.

Denunciamos o cenário vergonhoso de descaso e de sofrimento dos pobres que se instaurou em no Brasil. Observamos o aumento exponencial de pessoas em situação de empobrecimento e o agravamento do que os especialistas chamam de “pobreza extrema”.

O motivo de nosso protesto é impulsionado pelo convite do papa Francisco, em sua mensagem para o V Dia Mundial dos Pobres, celebrado no dia 14 de novembro deste ano, que nos convoca à reflexão: “Sempre tereis pobres entre vós” (Mc 14, 7). O pobre sempre está entre nós, no entanto, não podemos nos conformar com a indiferença, naturalizar a pobreza e aceitar o desmonte de ações de proteção social aos empobrecidos que vêm ocorrendo no Brasil. Isso tudo, em nome de um poder econômico e de interesses políticos que causam morte.

Potencializamos o clamor que vem dos territórios: dos povos originários e comunidades tradicionais, que sofrem os impactados pelas invasões e grilagens de suas terras, águas e florestas, destruindo suas vidas, culturas, ancestralidades e identidades. Além desses impactos econômicos e socioambientais, enfrentam a onda de violência no campo e os impactos do preconceito e do racismo.

Reconhecemos nossa responsabilidade com o cuidado e a defesa da vida, especialmente dos mais pobres. Por isso, manifestamos nosso repúdio à condição degradante a que é submetida essa parcela da sociedade, com a subtração dos direitos básicos como moradia, saúde, habitação e alimentação. Tal condição se soma à humilhante marca de 15 milhões de pessoas desempregadas e de tantas outras jogadas na informalidade, desalentadas, em condições precárias e de subemprego.

Na questão da moradia, a população pobre não tem condições de pagar o aluguel e é, muitas vezes, submetida às ordens de despejo. Há uma legião de pessoas em situação de rua, à mercê do tráfico e da violência, como únicas formas de sobrevivência; há milhares de migrantes e refugiados em situação de alta vulnerabilidade agravada pela pandemia; as cadeias públicas e presídios estão abarrotados de jovens, a maioria deles pobres, negros, periféricos e muitos indígenas trancafiados por um sistema carcerário que não diferencia homens e mulheres e não lhes garante condições mínimas de sobrevivência e possibilidade de reinserção social.

A pandemia, causada pela Covid-19, afetou todo o planeta, ceifando milhões de vidas, dentre as quais, mais de 610 mil em nosso país, deixando outras milhões de famílias enlutadas e milhares de órfãos. Estas viram seus entes queridos partirem precocemente por conta do descaso dos governantes brasileiros que deixaram prevalecer a ideologia perversa de um negacionismo que mata e deixa morrer.

Manifestamos nossa indignação, por entender que tal quadro não é fruto do acaso, mas fruto de opções governamentais alicerçadas no modelo econômico neoliberal, consequência perversa do capitalismo, que vem empurrando mais de 19 milhões de pessoas para a linha da miséria absoluta, somando-se a outros 100 milhões de brasileiros que estão em estado de insegurança alimentar.

O resultado visível são os flagrantes de pessoas em filas na busca por ossos de animais para se alimentarem ou à procura por comida em caminhões de lixo. São famílias inteiras nesta cena deprimente, na disputa pela sobrevivência, revelando uma triste e inconcebível crise humanitária.

Diante de tal quadro, reivindicamos que nossos governantes se sensibilizem, se comprometam e cumpram o que prevê a nossa Carta Magna, a Constituição Federal, quando estabelece os objetivos fundamentais da República Brasileira: Construir uma sociedade livre, justa e solidária; Garantir o desenvolvimento nacional; e Erradicar a pobreza, a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais.

O impacto da pandemia sobre a humanidade revela o quanto a vida é tênue e a sobrevivência de cada ser humano depende do esforço criativo de todas as pessoas. E, mais, deixa-nos uma severa lição: tudo está interligado e é urgente colocarmos em prática instrumentos e sistemas de equidade que garantam a preservação da vida e a sobrevivência de nossa Casa Comum, o planeta Terra.

Convocamos cristãs e cristãos, mulheres e homens de boa vontade, a exercemos com firmeza e a fazermos um coro em uníssono denunciando estas injustiças e assumirmos, em nossas vidas, as recomendações do papa Francisco para que enfrentemos e afirmemos corajosamente e com profetismo:

“Não à uma economia de exclusão”.
“Não à cultura descartável” (EG, n. 53).
“Não à globalização da indiferença” (EG, n. 54).
“Não à idolatria do dinheiro” (EG, n. 55).
“Não à especulação financeira” (EG, n. 56).
“Não ao dinheiro que domina ao invés de servir” (EG, n. 57).
“Não à desigualdade social que gera violência” (EG, n. 59).

Brasil, novembro de 2021
Dia Mundial dos Pobres

14 de outubro – Nascimento da CNBB

O dia 14 de outubro marca uma data especial para a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB): o dia do seu nascimento.  Com reunião de sua instalação no Palácio São Joaquim, na arquidiocese do Rio de Janeiro, a CNBB veio à luz no ano de 1952, Read more “14 de outubro – Nascimento da CNBB”

PRAZO PARA INSCRIÇÃO NO ENEM 2021 COM ISENÇÃO NA TAXA SE EXPIRA DIA 26 DE SETEMBRO; CNBB PEDE APOIO NA DIVULGAÇÃO AOS JOVENS

O prazo para a inscrição com a taxa de isenção do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2021 vai até o próximo domingo, 26 de setembro. A reabertura do prazo para o pedido de isenção da taxa foi assegurada em votação do Supremo Tribunal Federal (STF) que decidiu, por unanimidade, pela reabertura do prazo, em 3 de setembro. Read more “PRAZO PARA INSCRIÇÃO NO ENEM 2021 COM ISENÇÃO NA TAXA SE EXPIRA DIA 26 DE SETEMBRO; CNBB PEDE APOIO NA DIVULGAÇÃO AOS JOVENS”

Mensagem do Papa Francisco por ocasião da Campanha da Fraternidade 2021

Realizada pela CNBB todos os anos no tempo da Quaresma, período de 40 dias que antecede a Páscoa, a Campanha da Fraternidade de 2021 é promovida de forma ecumênica, ou seja, em parceria entre várias Igrejas Cristãs. Read more “Mensagem do Papa Francisco por ocasião da Campanha da Fraternidade 2021”

PRESIDÊNCIA DA CNBB DIVULGA NOTA SOBRE A CAMPANHA DA FRATERNIDADE ECUMÊNICA 2021

A presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou, nesta terça-feira, 9 de fevereiro, uma nota na qual esclarece pontos referentes à realização da Campanha da Fraternidade Ecumênica deste ano, cujo tema é: “Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor” e o lema: “Cristo é a nossa paz. Do que era dividido fez uma unidade”,  (Ef 2,14a).

O documento reafirma a Campanha da Fraternidade como uma marca e, ao mesmo tempo, uma riqueza da Igreja no Brasil que deve ser cuidada e melhorada sempre mais por meio do diálogo. Iluminado pela Encíclica Ut Unum Sint, de 1999, do Papa São João Paulo II, o texto aponta também ser necessário cuidar da causa ecumênica.

Sobre o texto-base da CFE deste ano, os bispos afirmam que a publicação seguiu a estrutura de pensamento e trabalho do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC), conselho responsável pela preparação e coordenação da campanha da fraternidade em seu formato ecumênico. “Não se trata, portanto, de um texto ao estilo do que ocorreria caso fosse preparado apenas pela comissão da CNBB”, aponta a Nota.

No documento, a presidência da CNBB reafirma que a Igreja Católica tem sua doutrina estabelecida a respeito das questões de gênero e se mantém fiel a ela. “A doutrina católica sobre as questões de gênero afirma que ‘gênero é a dimensão transcendente da sexualidade humana, compatível com todos os níveis da pessoa humana, entre os quais o corpo, a mente, o espírito, a alma. O gênero é, portanto, maleável sujeito a influências internas e externas à pessoa humana, mas deve obedecer a ordem natural já predisposta pelo corpo” (Pontifício Conselho para a Família, Lexicon – Termos ambíguos e discutidos sobre família, vida e questões éticas., pág. 673).

A nota informa que os recursos do Fundo Nacional de Solidariedade (FNS) seguem rigorosa orientação, obedecendo não apenas a legislação civil vigente para o assunto, mas também a preocupação quanto à identidade dos projetos atendidos. “Os recursos só serão aplicados em situações que não agridam os princípios defendidos pela Igreja Católica”, reforça a nota.

A presidência da CNBB afirma, no parágrafo final, que apesar de nem sempre ser fácil cuidar das dificuldades levantadas pela realização de uma Campanha da Fraternidade e da caminhada ecumênica e de muitos outros aspectos da ação evangelizadora da Igreja, nem por isso se deve desanimar e romper a comunhão, o que segundo os bispos é uma das maiores marcas dos cristãos. “Não desanimemos. Não desistamos. Unamo-nos”, exorta a presidência da CNBB.

Conheça, abaixo, a íntegra do documento. Aqui a versão em PDF:

NOTA DA PRESIDÊNCIA DA CNBB

Irmãos e irmãs em Cristo Jesus,

“Não apagueis o Espírito, não desprezais as profecias,
mas examinai tudo e guardai o que for bom” (1 Ts 5,21)

1. No exercício de nossa missão evangelizadora, deparamo-nos com inúmeros desafios, diante dos quais não podemos esmorecer, mas, ao contrário, buscar forças para responder com tranquilidade e esperança.
2. Nosso país vive um tempo entristecedor, com tantas mortes causadas pela covid-19, um processo de vacinação que gostaríamos fosse mais rápido e uma população que se cansou de seguir as medidas de proteção sanitária. Nosso coração de pastores sofre diante de tantas sequelas que surgem a partir da pandemia, em especial o empobrecimento e a fome.

A Campanha da Fraternidade 2021 e suas características
3. Em meio a tudo isso e atendendo à solicitação de irmãos bispos, desejamos abordar a Campanha da Fraternidade deste ano. Algumas afirmações têm ocasionado insegurança e mesmo perplexidade.
4. Como sabemos, a Campanha da Fraternidade é uma riqueza da Igreja no Brasil, nascida e amadurecida não sem dificuldades e mesmo sofrimentos. A cada Campanha, o aprendizado se fortalece e se mostra continuamente necessário. Assim acontece com cada tema escolhido e assim acontece quando as Campanhas, desde o ano 2000, são feitas em modo ecumênico.
5. Para este ano, o tema escolhido foi o diálogo, com o tema, portanto, fraternidade e diálogo: compromisso de amor. Trata-se, como explicado nas formações feitas pelo nosso Setor de Campanhas, do recolhimento dos temas anteriores, em especial desde 2018, que tratou da superação da violência, até 2020, quando apresentou-se a proposta cristã do cuidado.
6. Para 2021, conforme aprovação em nossa Assembleia Geral de 2018, a Campanha foi construída ecumenicamente e, conforme costume desde o ano 2000, sob a responsabilidade do CONIC. Nas primeiras reuniões, discerniu-se pelo tema do diálogo, urgência num tempo de polarizações e fanatismos, cabendo então ao CONIC a construção do texto-base. Isso foi feito conforme está explicado na apresentação do mesmo, com detalhamento da equipe elaboradora, na pág. 9.
7. Consequentemente, o texto seguiu a estrutura de pensamento e trabalho do CONIC. Foram realizadas várias reuniões, o texto passou por revisão da assessoria teológica do CONIC, uma assessoria com membros das diversas igrejas, chegando, então, ao que hoje temos. Não se trata, portanto, de um texto ao estilo do que ocorreria caso fosse preparado pela comissão da CNBB, pois são duas compreensões distintas, ainda que em torno do mesmo ideal de servir a Jesus Cristo. O texto-base desse ano, por conseguinte, deve ser assim compreendido, como o foi nas Campanhas da Fraternidade levadas a efeito de modo ecumênico.

Algumas questões específicas
8. Nos últimos dias, reações têm surgido quanto ao texto. Apresentam argumentos que esquecem da origem do texto, desejando, por exemplo, de uma linguagem predominantemente católica. Trazem ainda preocupações com relação a aspectos específicos, a saber, as questões de gênero, conforme os números 67 e 68 do referido texto.
9. A doutrina católica sobre as questões de gênero afirma que “gênero é a dimensão transcendente da sexualidade humana, compatível com todos os níveis da pessoa humana, entre os quais o corpo, a mente, o espírito, a alma. O gênero é, portanto, maleável sujeito a influências internas e externas à pessoa humana, mas deve obedecer a ordem natural já predisposta pelo corpo” (Pontifício Conselho para a Família, Lexicon – Termos ambíguos e discutidos sobre família, vida e questões éticas., pág. 673).

Uma ajuda destacável
10. Já pronto o texto-base, fomos presenteados com a Fratelli Tutti, que recomendamos vivamente seja também utilizada como subsídio para a Campanha da Fraternidade deste ano. Ela estabelece forte conexão entre o tema de 2020 e o de 2021, cuidado e diálogo, e muito ajudará na reflexão sobre o diálogo e a fraternidade.

Coleta da Solidariedade
11. Junto com essas preocupações de conteúdo, surgiu ainda a sugestão de que não se faça a oferta da solidariedade no Domingo de Ramos, uma vez que existiria o risco de aplicação dos recursos em causas que não estariam ligadas à doutrina católica.
12. Lembramos que, em 2019, foi distribuída pelo Fundo Nacional de Solidariedade – FNS a quantia de R$3.814.139,81, fruto da generosidade de nossas comunidades, não se incluindo nessa quantia o que foi destinado aos fundos diocesanos. Em 2020, por causa da pandemia, não ocorreu arrecadação. Somente com a ajuda da instituição alemã Adveniat conseguimos atender a 15 projetos.
13. Sobre isso, recordamos que o FNS segue rigorosa orientação, obedecendo não apenas a legislação civil vigente para o assunto, mas também preocupação quanto à identidade dos projetos atendidos. Desde o início da construção da Campanha da Fraternidade de 2021, temos informado ao CONIC a respeito da dificuldade e até mesmo da impossibilidade de mantermos a estrutura do Fundo de Solidariedade como ocorrido nas Campanhas ecumênicas anteriores. Sobre este ponto, tendo como base a última dessas Campanhas, a de 2016, esta Presidência já manifestou ao CONIC as dificuldades e, por espírito de comunhão e corresponsabilidade, vai conversar sobre o assunto na próxima reunião do CONSEP. A conclusão será informada em seguida.

Desse modo:
14. Em consequência, respeitando a autonomia de cada irmão bispo junto aos seus diocesanos e como não poucos irmãos nos têm solicitado indicações para informar ao povo sobre a CF 2021, consideramos importante que sejam destacados os seguintes aspectos:

  1.   A Campanha da Fraternidade é um valor que não podemos descartar.
  2.  Alguns temas, conforme seu modo de ser apresentado, tornam-se mais difíceis que outros.
  3.  A Igreja tem sua doutrina estabelecida a respeito das questões de gênero e se mantém fiel a ela.
  4.  Os recursos do Fundo Nacional de Solidariedade serão aplicados em situações que não agridam os princípios defendidos pela Igreja Católica.
  5.  A causa ecumênica se mantém importante. “Uma comunidade cristã que crê em Cristo e deseja com o ardor do Evangelho a salvação da humanidade não pode de forma alguma fechar-se ao apelo do Espírito que orienta todos os cristãos para a unidade plena e visível … O ecumenismo não é apenas uma questão interna das comunidades cristãs, mas diz respeito ao amor que Deus, em Cristo Jesus, destina ao conjunto da humanidade; e criar obstáculos a este amor é uma ofensa a Ele e ao Seu desígnio de reunir todos em Cristo” (S. João Paulo II, Encíclica Ut Unum Sint, 99)

15. Concluímos lembrando a importância da Campanha da Fraternidade na história da evangelização do Brasil. É nossa marca. Cabe-nos cuidar dela, melhorá-la sempre mais por meio do diálogo, assim como nos cabe cuidar da causa ecumênica, um ideal que se nos impõe. Se nem sempre é fácil cuidar de ambos e de muitos outros aspectos de nossa ação evangelizadora, nem por isso devemos desanimar e romper a comunhão, uma de nossas maiores marcas, um tesouro que o Senhor Jesus nos deixou e do qual não podemos abrir mão. Não desanimemos. Não desistamos. Unamo-nos.

Brasília-DF, 09 de fevereiro de 2021


Dom Walmor Oliveira de Azevedo

Arcebispo de Belo Horizonte (MG)
Presidente da CNBB

Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre (RS)
Primeiro Vice-Presidente da CNBB

Dom Mário Antônio da Silva
Bispo de Roraima (RR)
Segundo Vice-Presidente da CNBB

Dom Joel Portella Amado
Bispo auxiliar da arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ)
Secretário-geral da CNBB